Vila de Prado


População: 4381 habitantes (pelos Censos 2001)

Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, indústria de lentes ópticas, hotelaria, panificação, confecção, construção civil e comércio.

Festas e Romarias: Senhor dos Passos (bienal, no domingo de Ramos), Santiago (25 de Julho) e Santa Maria (2 de Fevereiro).

Orago: Santa Maria /N. Sra. da Purificação

Património cultural e edificado: Igreja matriz, Ponte de Prado, pelourinho, Fonte de Santo António, antiga casa da Câmara do Prado, Casa das Fontainhas, Casa da Botica e Quinta de S. Bento.

Outros locais de interesse turístico: Praia fluvial.

Artesanato: Tecelagem de linho, olaria e cestaria em vime.

Colectividades: Centro Convívio e Cultura de Prado, Clube Náutico, Clube Columbófilo, Clube de Pesca do Faial e Grupo Desportivo de Prado.

Feiras: Semanal, às terças-feiras e feira anual a 20 de Janeiro.

Situada na margem direita do Cávado, dista 9 km da sede do concelho. É a mais importante das freguesias de Vila Verde, situada em local privilegiado, ponto obrigatório de passagem para quem, vindo da fronteira, das cidades de Viana e Barcelos, das vilas de S. Julião de Freixo e Ponte de Lima, se dirige a Braga e ao coração do Minho.
Foi um primitivo povoado pré-romano, passando a ser habitado após a dominação romana. Inúmeros objectos testemunham este facto, desde cerâmica a moedas de vários imperadores. Os romanos terão utilizado Prado para protecção das legiões que transitavam pela via militar que, através de Ponte de Lima, Valença e Tui, ligava a cidade de Braga à de Astorga. Seria, assim, um posto de segurança num ponto considerado bastante vulnerável.
A partir do século XII aparece como realidade histórica e sede de uma vasta região com plena autonomia administrativa. Há crónicas que registam duas doações feitas por D. Afonso Henriques — infante — ao arcebispo de Braga D. Paio Mendes, certamente em retribuição do valioso auxílio que este prelado lhe dispensou para a realização do seu sonho de independência: uma em 1132 de um quarto da Igreja de S. Pedro de Moure, julgado de Prado, e outra no ano seguinte de alguns bens destinados ao Mosteiro de Santo António, em terra de Prado. Os dois documentos são confirmados pelo Conde de Portugal D. Rodrigo Peres, que, segundo parece, governava, ao tempo, a referida terra de Prado.
Dada a importância de tão extenso julgado, foi-lhe concedido foral por D. Afonso III em 1260. O concelho abrangia então uma área que a poente se estendia quase até à cidade de Barcelos, pelo nascente ainda compreendia parte da actual freguesia de Soutelo, e pelo sul era totalmente limitado pelo rio Cávado.
Durante séculos, a Terra de Prado constituiu um extenso e original concelho que teve como donatários, além dos monges-guerreiros das Ordens do Templo e de Cristo, os Sequeiras, os Soares de Albergaria, os Melos, senhores da torre e solar do Outeiro e, por último, os Sousas, da nobre ascendência dos Chichorros . D. Manuel I mandou passar novo foral em 1510. Este último é um curioso documento pela natureza dos assuntos que versa, embora constitua, até certo ponto, confirmação do primeiro. Este segundo foral contem 41 parágrafos. Segundo Leonídeo de Abreu, no seu livro “A Vila de Prado”, existe uma cópia na Câmara Municipal de Vila Verde, à qual está apensa uma “Resolução de Sua Majestade” datada de Lisboa, aos 8 de Março de 1583.
O concelho de Prado foi extinto em 24 de Outubro de 1855, tendo-se criado nessa altura o concelho de Vila verde, para onde transitaram muitas das freguesias de Prado. As restantes foram incorporadas no concelho de Barcelos.
A povoação de Prado (Santa Maria) foi elevada à categoria de vila em 16 de Agosto de 1991.
A Ponte de Prado, monumento nacional, é um dos motivos mais conhecidos de Prado. Foi totalmente reconstruída em granito (pelo arquitecto António de Castro, conde de Aurora, em 1617, em plena época de domínio filipino. A acreditar na tradição, representa a construída pelos romanos, tem cinco arcos ogivais e quatro redondos, com robustos talhamares. Foi várias vezes arruinada pelas cheias do Cávado e quase totalmente demolida em 1510, por uma das cheias mais importantes. Diz-nos uma lenda que esta ponte substituiu a que um monarca de Leão, cujo nome ficou ignorado, ali mandou construir para, com maior segurança e mais rapidamente, visitar uma favorita residente em Braga, chamada D. Branca Guterres da Silva.
O pelourinho de Prado é um interessante pelourinho de estilo manuelino do século XV ou XVI, ostentando a esfera militar e as armas reais e formado por uma coluna assente numa base circular de dois degraus. O capitel, de estilo clássico, termina num ábaco encimado pela esfera armilar com as armas do reino e dos Sousas de Prado.
A Casa da Botica, também digna de visita nesta freguesia, está dividida em dois pisos, com varanda alpendrada lateral e um muro armado com brasão central muito decorativo. Terá sido fundada em 1719 por Paulo da Silva

Bibliografia

Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)