Loureira


População: 1013 habitantes (pelos Censos 2001)

Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, construção civil e transformação de madeira.

Festas e Romarias: Santa Eulália (11 de Novembro), Festa do Menino (25 de Dezembro) e Coração de Jesus (Agosto).

Orago: Santa Eulália

Património cultural e edificado: Igreja paroquial, pelourinho e Quinta do Fundão.

Outros locais de interesse turístico: Ponte Nova e praias fluviais.

Artesanato: Mantas de farrapos e cestaria em vime.

Colectividades: Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Loureira, Grupo Coral e Rancho Infantil.

Santa Eulália, padroeira de Loureira, era uma jovem heróica oriunda de uma nobre e distinta família de uma célebre cidade da Lusitânia. Nasceu em finais do séc. III.
Seus pais, lemos no "Ano Cristão" "...Eram fiéis, distintos tanto por sua qualidade, como por sua muita piedade, e desta sorte compreende-se que tiveram todo o cuidado em lhe inspirar ideias e sentimentos conformes à sua crença."
Dotada de espírito suave e doce, de coração nobre, "distinguia-se particularmente por sua mansidão, pela gravidade de seus costumes, por seu pudor e modéstia.
Tinha por maior prazer ouvir narrações de combates e triunfos de mártires.
Ia fazendo Eulália progressos nos caminhos do senhor, quando os Imperadores Deoclesiano e Maximiano moveram contra os cristãos a mais cruel perseguição.
É publicado o édito, em Mérida. Todo o povo era intimado ao sacrifício e à oferta de incenso aos deuses do Império.
Eulália toma esta publicação como sinal de combate, ao qual era chamada a dar provas da sua fé.
Não tendo ainda mais de 12 anos sentiu--se "abrasada de um extraordinário desejo de martírio." Sua mãe, conhecedora deste seu espírito e com consciência de que todos os cristãos seriam eliminados, tenta levar a sua filha para uma casa de campo.
Mas, Eulália, resolve fugir de casa e junto com sua querida companheira Júlia, percorre, rumo ao Palácio do Perfeito, mais de 10 léguas.
Foi executada, havendo seu corpo ardido em chamas. Antiga freguesia de Santa Eulália, de Loureira, foi esta terra abadia da apresentação da mitra no antigo concelho de Vila Chã, Comarca de Pico de Regalados
O concelho de Vila Chã foi extinto pelo decreto de 24 de Outubro de 1855 pelo qual passou para o de Vila Verde.
Diz-nos Pinho Leal que o arcebispo apresentava o abade por concurso sinodal e tinha duzentos e vinte mil réis de rendimento.
Na Comarca de Pico de Regalados, Loureira, foi terra de antigos senhores que, abusavam tanto do seu poder e riqueza que Sá de Miranda os comparava a lobos.
"Agora, por que vos conte. Quanto vi — tudo é mudado! Quando recolhi ao monte, Por meus vizinhos defronte Vi lobos no povoado."
Para alguns, Loureira é nome de "mulher que pretende agradar, provocante e sedutora". Era com certeza terra apetecida e apreciada por gentes a que o título de Nobreza era deixado ostentar.
Dos antigos senhores das terras da comarca a que Loureira pertencia, salientemos os Abreus de Lima, senhores e condes de Regalados, que posteriormente se ligariam aos Silvas e aos Coutos.
Pedro Gomes de Abreu foi senhor do couto e casa de Abreu e "...de direitos reais de Villas Boas e Alcaide de Lapella." Aos Abreus pertenceu a casa de Arquião.
Usando de um nobre apelido portugês procedente do Alto Lima (Galiza) - os Limas - chamavam a si o nome de um rio de uma antiga família que vivia nas suas margens. D. Fernão Annes de Lima trouxe este apelido para Portugal. Recebeu de D. Pedro II d'Aragão, em 1212, suas armas, como recompensa pela sua bravura na célebre batalha de Novas de Toloza. Armas essas, que com o enlace com outras famílias, foram apresentando algumas modificações. Diz-nos Pinho Leal que "os viscondes de Vila Nova de Cerveira, uniram ao seu brazão d'armas, os dos Britos, Nogueiras, Sottos-Maiores, Vasconcellos e Silvas Telles — formando o seu escudo do modo seguinte — Escudo terceado — no primeiro, as quatro barras de púrpura, em campo de ouro, dos Limas — o resto, esquartellado — no primeiro, Britos — no segundo, Nogueiras — no terceiro, Sottos Maiores — no quarto, Vasconcellos — no centro, o escudo dos Silvas Telles".
Trazem por armas os Abreus — em campo de púrpura, cinco côtos de águia, d'ouro entendidas, em aspa: escudo de prata, aberto; e, por timbre, um dos côtos do escudo.
Entre os séculos XIX e princípios do século XX, o movimento demográfico de Loureira regista uma regressão, iniciando a partir dessa data um ritmo ascendente.
Compõem esta freguesia os lugares de: Aldeia, Bacelo, Campos, Covelo, Cruzeiro, Esparida, Lâmpada. Lampadela, Paço, Vau e Venda.

Bibliografia

Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)