Cabanelas


População: 2015 habitantes (pelos Censos 2001)

Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, indústria têxtil e de cerâmica.

Festas e Romarias: S. Bartolomeu (Julho), Senhora da Conceição (15 de Agosto), S. João (24 de Junho) e Santa Eulália (Julho).

Orago: Santa Eulália

Património cultural e edificado: Igreja Paroquial e Residência Paroquial, cruzeiro e fontanário da Carranca.

Outros locais de interesse turístico: Praia Fluvial em Gaião.

Artesanato: Mantas de Farrapos.

Colectividades: Rancho Folclórico, Grupo Desp. de Cabanelas, Grupo Coral e Grupo de Teatro “Os Comediantes de Cabanelas”.

Dista cerca de 12 Km da sede do concelho. Freguesia dedicada a Santa Eulália, está situada na margem direita do rio Cavado.
Foi abadia do padroado real. Teve, depois, como donatários os Condes de Prado que apresentavam o respectivo abade.
Até 1855 pertenceu ao extinto concelho de Prado, passando então para o de Vila Verde. O concelho de Vila Verde, em território, é um dos maiores não só do distrito de Braga mas, da província do Minho. Foi criado em 24 de Outubro de 1855. Organizaram-se à custa de outros extintos anteriormente ou na mesma data: Pico de Regalados, Vila Chã e Larim, Penela e Prado (onde estava integrada a Freguesia de Cabanelas).
Prado, só no século XII nos aparece como realidade histórica para no século seguinte receber reconhecimento dos poderes públicos através do foral que D. Afonso II lhe concedeu em 1269 e que D. Manuel I lhe havia de confirmar em 1510.
Cabanelas é um centro cerâmico de tradições e relevo e económico local, mas as suas produções quase se limitam a cântaros, talhas e alguidares, que escoam em grande parte para mercados do norte do país.
Entre os lugares mais significativos figura o de S. Gens de Macarome, até 1855 sede de uma freguesia pertencente ao extinto concelho de Prado. Nas suas “Memórias para a História da Arquidiocese de Braga”, o padre Contador de Argote recolhe a versão, sem contudo lhe dar crédito, de haver quem pretenda identificar este lugar com a primitiva povoação de Prado. Parece, no entanto, que essa versão algum fundamento apresenta por se supor que a antiga via militar romana de Braga a Astorga, por Valença e Tui, atravessava o rio Cavado a jusante da actual ponte de Prado. Sendo assim, logo em frente, isto é, já em terrenos da actual freguesia de Cabanelas, onde se integra S. Gens de Macarome, teria início a primitiva povoação, sem dúvida de fundação romana.
A igreja de Cabanelas foi construída em 1784, de fachada simples e harmoniosa, possui uma torre sineira à esquerda da fachada. No interior pode observar-se um bonito lavabo setecentista de carranca. Ainda de referir uma apreciável imagem setecentista de Nossa Senhora do Rosário.
A Fonte da Carranca data de 1741. A parede frontal onde se abre a bica da fonte tem incluída, na parte superior, uma tosca figura antropomórfica, rodeada de inscrições. A esta fonte estão ligadas curiosas tradições que se cumprem na noite de S. João.
O Cruzeiro da Matriz, de 1614, localizado em frente da Igreja, é o mais antigo do Concelho de Vila Verde. Grandes Cruzes de pedra colocadas em adros, praças, santuários, cemitérios e caminhos rurais, os cruzeiros têm origem muito remota e integram por vezes elementos de religiosidade pagã e cristã. São estruturalmente constituídos por uma base, uma coluna ou tronco e um remate onde figuram a cruz de Cristo, de representação latina, imagens da Virgem ou pietàs, alem de outros elementos escultóricos de carácter decorativo. Executados por artífices regionais, integram-se nos modelos estéticos da arte e da iconografia populares. Possuem algumas afinidades com as alminhas.
A partir do Século XII, o cruzeiro passou a ser ornamentado com figuras escultóricas e decorações, adquirindo uma identidade própria que conservou até ao século XVIII. Muitas dessas esculturas pertencem ao património da estatuária de carácter regional. Tratam-se de padrões da fé Cristã, quase sempre erguidos em memória de ocorrências jubilosas ou dramáticas de importância privada ou pública. Perto da Capela de S. Gens de Macarome está situado um outro Cruzeiro.
A Residência Paroquial é uma elegante construção do século XVIII, com um decorativo patamar alpendrado.

Bibliografia

Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)